Especialidades
Todas as áreas atendidas dentro da neurocirurgia com foco no cérebro e coluna.
As cirurgias minimamente invasivas visam realizar procedimentos cirúrgicos com incisões menores , causando o mínimo de dano ao organismo, diminuindo a agressão às estruturas ao redor do local que será operado, levando a uma série de benefícios em relação às chamadas cirurgias convencionais.
Elas são uma tendência no tratamento cirúrgico, indo muito além da questão estética com cicatrizes menores ou até mesmo invisíveis, pois além de acarretarem menos dor no pós-operatório, também proporcionam uma recuperação mais rápida do paciente.
No entanto, nem todos os pacientes são candidatos a este tipo de cirurgia, somente um profissional que está habituado a realizar cirurgias utilizando ambas as técnicas é capaz de decidir qual será melhor para seu paciente.
Aneurisma Cerebral
Os vasos sanguíneos cerebrais, principalmente as artérias, podem ser afetados por condições genéticas, hipertensão arterial sistêmica, consumo excessivo de álcool, tabagismo (fumo), de tal forma que suas paredes fiquem doentes e percam a capacidade de resistir às forças da circulação sanguínea. Com o correr do tempo, as paredes dos vasos se deformam em alguns pontos, gerando pequenas dilatações localizadas que aumentam com o tempo, chamadas aneurismas. Por apresentarem paredes finas e frágeis, estão sujeitos à ruptura, gerando um sangramento (derrame) dentro da cabeça, acometendo o cérebro e levando aos mais diversos quadros clínicos, desde a dor de cabeça (cefaleia), a sonolência, o coma, as convulsões (epilepsias) paralisias (perdas de movimentos de partes do corpo), até a morte imediata.
Por isso, os aneurismas cerebrais são doenças graves e fatais, que necessitam de avaliação precisa, rápida e tratamento eficaz. Há duas formas principais de tratamento: a que requer uma craniotomia (abertura cirúrgica do crânio) para se chegar ao aneurisma e tratá-lo com a colocação de um delicado clipe; e a que consiste em se chegar ao aneurisma por dentro dos vasos sanguíneos, através de cateterismo (tratamento endovascular), ocluindo o aneurisma com pequenas molas e polímeros. Ambos têm riscos e benefícios, cabendo à uma equipe médica multidisciplinar, onde o neurocirurgião faz parte, a escolha do mais adequado para cada aneurisma e paciente.
Malformação arteriovenosa (MAV) cerebral
É uma alteração da anatomia e função dos vasos sanguíneos cerebrais, variável em sua extensão (pequenas a grandes partes do cérebro), onde o sangue que corre nas artérias passa diretamente para veias, sem vasos sanguíneos intermediários. Isso gera uma região de fluxo de sangue mais rápido que o normal, num enovelado de vasos, que podem se romper e produzir um sangramento (derrame ou coágulo) no cérebro, levando a quadros clínicos de dor de cabeça (cefaleia), convulsões (epilepsias), paralisias (perdas de movimentos de partes do corpo), sonolência, coma.
Quando grandes coágulos são formados, podem requerer tratamento cirúrgico de emergência, para drenagem. Uma MAV deve ser completamente removida, e seus vasos completamente fechados ou ocluídos, para se evitar novos sangramentos cerebrais. Para isso, existe neurocirurgia (craniotomia, abertura do crânio), precedida ou não de embolização dos vasos com tratamento endovascular (preenchimento dos vasos, por dentro, com polímeros através de um cateterismo).
Cavernoma ou hemangioma cerebral
É um pequeno aglomerado malformado de veias cerebrais, de paredes finais, suscetível a sangramentos (hemorragias, derrames) dentro do cérebro. A depender de onde se encontram, quando sangram, podem ocasionar os mais diversos quadros clínicos: dor de cabeça (cefaleia), convulsões (epilepsias), paralisias (perda de movimentos de partes do corpo). Se sangram frequentemente, necessitam de tratamento com neurocirurgia através de craniotomia (abertura do crânio para remoção do cavernoma), com resultados praticamente curativos.
Malformações Arteriovenosas
Tumor Intracraniano
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em sua última classificação (2016) reconhece mais de 100 tipos de tumores que podem ocorrer dentro do crânio, originários das mais diversas estruturas e tecidos (células neuronais, células não-neuronais, células embrionárias), com vários perfis de agressividade (tumores malignos ou tumores benignos), nos mais diversos perfis de pacientes (bebês, crianças, adolescentes, adultos jovens e idosos). Os tumores que se originam de tecidos e estruturas que não estão presentes no crânio são chamados tumores secundários ou metástases, e são produtos de disseminação de câncer de outros órgãos (são sempre malignos).
Os tumores crescem dentro do crânio, aumentando a pressão dentro da cabeça (hipertensão intracraniana), comprimindo estruturas importantes, ou destruindo áreas importantes. Por isso podem ocasionar dor de cabeça (cefaleia), náuseas, vômitos, convulsões (epilepsia), perda de funções cerebrais, alterações de personalidade e comportamento, perda de movimentos (paralisias), alterações da consciência (sonolência, coma). Os tumores malignos são os que crescem mais rapidamente, com sintomas mais graves.
O diagnóstico pode ser feito através da história clínica detalhada obtida pelo especialista, atentando-se para fatores de risco para tumores e câncer, seguindo-se exames físico e neurológico detalhados. A confirmação é feita com exames de neuroimagem, como a tomografia de crânio com contraste, a ressonância magnética de crânio com contraste (com técnicas variadas de espectroscopia cerebral, perfusão cerebral), o SPECT cerebral, mas o diagnóstico de certeza e definitivo do tipo de tumor só se faz através da análise de uma amostra do tumor, retirada por biópsia. Quando metastáticos, podem ser necessários outros exames de rastreamento do corpo (PET scan, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassonografia de outros sistemas e órgãos).
Nem todos os tumores cerebrais podem ser operados, nem todos podem ser completamente removidos. O neurocirurgião deve avaliar o tamanho, o local e o grau de agressividade do tumor para planejar a cirurgia, e juntamente com o oncologista e o radioterapeuta, decidir se será necessário tratamento complementar com radioterapia e/ou quimioterapia. O tratamento cirúrgico dos tumores é um dos mais desafiadores ao neurocirurgião, pois requer bastante conhecimento e habilidade deste profissional em proporcionar o tratamento correto, eficaz e individualizado para o paciente.
Glioma
É um tipo de tumor encefálico muito frequente, derivado das células não-neuronais do tecido encefálico. São comuns os astrocitomas, oligodendrogliomas e glioblastomas multiformes (GBM). Podem ter comportamentos variáveis quanto à sua agressividade (malignos ou benignos) e acometer todas as faixas etárias. Crescem e destroem áreas cerebrais em que estão situados, promovendo dor de cabeça (cefaleia), náuseas, vômitos, convulsões (crises epilépticas), perda de movimentos (paralisias), perda de coordenação, perda de equilíbrio, perda de visão, alterações de personalidade, alterações de comportamento, alterações da consciência (sonolência ou coma).
O tratamento é cirúrgico, com biópsia e craniotomia (abertura do crânio) e técnicas microcirúrgicas, na tentativa de remover a maior parte da lesão sem danificar as estruturas normais, utilizando-se técnicas avançadas de microcirurgia (cirurgia com microscópio), cirurgia minimamente invasiva, neuronavegação (cirurgia guiada por exames de neuroimagem), monitoramento eletrofisiológico (potenciais evocados) e monitoramento funcional em paciente acordado. A depender da quantidade removida e da agressividade do tumor, o neurocirurgião decidirá juntamente com o oncologista, pela necessidade de terapia complementar com radioterapia e/ou quimioterapia. O tratamento cirúrgico dos tumores é um dos mais desafiadores ao neurocirurgião, pois requer bastante conhecimento e habilidade deste profissional em proporcionar o tratamento correto, eficaz e individualizado para o paciente.
Meningeoma
É um tipo frequente de tumor intracraniano, originário dos envoltórios do encéfalo (meninges), e na maioria das vezes de caráter benigno. Cresce em qualquer parte do crânio, aumentando a pressão intracraniana, comprimindo estruturas encefálicas ou envolvendo vasos sanguíneos e nervos, ocasionando dor de cabeça (cefaleia), náuseas, vômitos, convulsões (crises epilépticas), déficits neurológicos (perda de movimentos, paralisias, perda de coordenação, perda de equilíbrio, alterações de comportamento, alterações de personalidade, perda de visão, perda de sensibilidade.
O diagnóstico do meningeoma pode ser feito através de exames de neuroimagem, como tomografia computadorizada de crânio com contraste e ressonância magnética de crânio com contraste; às vezes, são necessários estudos de vasos sanguíneos para planejamento cirúrgico, com angiografia cerebral.
O tratamento do meningeoma é principalmente cirúrgico, através de craniotomia (abertura do crânio) com técnicas microcirúrgicas, com a tentativa de máxima retirada do tumor e de seu implante na meninge de origem; quanto maior a ressecção, maior a probabilidade de cura. Em casos de resíduo tumoral, quando não é possível a completa ressecção, ou nos raros casos de malignidade, pode ser necessário o tratamento complementar com radioterapia e/ou quimioterapia.
Neurinoma ou schwannoma
É um tipo de tumor, normalmente benigno, originário das células que envolvem e protegem as fibras nervosas. Qualquer nervo intracraniano ou fora do crânio pode ser acometido, e os mais frequentes são os nervos acústico (ou vestíbulo-coclear) e o trigêmeo. Ele cresce comprimindo o nervo envolvido, promovendo sua disfunção, e comprimindo as estruturas próximas do nervo, o que torna esse tipo de tumor um desafio técnico para o neurocirurgião: retirar o tumor sem comprometer sua função e sem lesionar as estruturas neurais próximas.
O diagnóstico do neurinoma do acústico ou do trigêmeo pode ser feito com exames de neuroimagem como tomografia computadorizada de crânio com contraste e ressonância magnética de crânio com contraste.
O tratamento do neurinoma é principalmente cirúrgico, através de craniotomia (abertura do crânio) com técnicas microcirúrgicas. Em casos de resíduo tumoral, quando não é possível a completa ressecção, ou nos raros casos de malignidade, pode ser necessário o tratamento complementar com radioterapia e/ou quimioterapia.
Os neurinomas fora do crânio também são tratados cirurgicamente, e requerem um planejamento detalhado pelo neurocirurgião. Este planejamento inclui avaliação com ressonância magnética do nervo e segmento do corpo acometidos, avaliação da função do nervo com exame de eletroneuromiografia. Cabe ao especialista tentar preservar o máximo possível da função do nervo operado, utilizando-se técnicas microcirúrgicas, com estimulação intra-operatória do nervo e, quando necessário, uso de enxertos neurais.
Hidrocefalia
Trata-se do acúmulo de líquor (líquido cefalorraquidiano ou LCR) dentro do crânio, em cavidades cerebrais chamadas ventrículos. Esse acúmulo leva ao aumento do tamanho dos ventrículos, e pode ocorrer com ou sem aumento da pressão intracraniana. Tem várias causas, desde hematomas (coágulos), tumores intracranianos, infecções, envelhecimento e atrofia cerebral, e pode acometer todas as faixas etárias.
Na hidrocefalia hipertensiva, ocorre aumento da pressão intracraniana, com variável acometimento do nível de consciência (sonolência ou mesmo coma), náuseas, vômitos, alteração dos movimentos oculares, do padrão respiratório e dos parâmetros cardiovasculares (pressão arterial e frequência cardíaca). Quando de instalação rápida, aguda, é uma emergência médica, com risco de óbito, que necessita de tratamento cirúrgico com derivação ventricular e sistema valvulado de drenagem do líquor (DVP é o mais comum).
Na hidrocefalia de pressão normal (HPN), o aumento da pressão intracraniana é ausente, discreto e/ou transitório, levando aos três sinais clássicos da doença: distúrbio de marcha, disfunção miccional (incontinência urinária) e demência. O tratamento também é cirúrgico, com derivação ventricular e sistema valvulado de drenagem do líquor (DVP).
Cabe ao neurocirurgião escolher o melhor sistema valvulado de drenagem, com pressão fixa ou regulável, para cada tipo de hidrocefalia, para cada faixa etária e para cada causa da hidrocefalia. Em alguns casos selecionados, é possível o tratamento endoscópico da hidrocefalia, com uma técnica denominada terceiro ventriculostomia, criando-se uma comunicação interna entre as cavidades ventriculares e os espaços de circulação e absorção do líquor, utilizando-se o endoscópio cerebral.
Hematomas (coágulos) cerebrais
Os vasos sanguíneos cerebrais (veias e artérias) podem ser fontes de sangramentos em situações traumáticas (traumatismos cranianos – TCE) ou espontâneas (doenças dos vasos sanguíneos, distúrbios de coagulação, aneurismas cerebrais, malformações vasculares cerebrais). A presença de hematomas volumosos aumenta a pressão intracraniana (PIC) com risco de dano cerebral e risco de óbito a curto prazo, o que muitas vezes torna necessário a intervenção rápida do neurocirurgião.
Os hematomas intracranianos são diagnosticados através de exames de neuroimagem (mais frequentemente tomografia computadorizada de crânio, menos frequentemente ressonância magnética de encéfalo). As causas dos hematomas são diagnosticadas através de histórico de traumatismo craniano (TCE), história de distúrbios de coagulação ou uso de medicamentos anticoagulantes, histórico familiar de sangramentos intracranianos (“derrames”), exames laboratoriais (provas de coagulação), exames de imagem (angiografia cerebral, angiotomografia cerebral, angiorressonância cerebral).
Há vários tipos de hemorragias intracranianas conforme sua localização: hematoma extradural, hematoma subdural, hematoma intracerebral, contusão cerebral, hemorragia subaracnóidea, cada uma relacionada a uma determinada causa. O tratamento dos hematomas extensos e volumosos, em situações de hipertensão intracraniana, é eminentemente cirúrgico; as técnicas de drenagem podem ser por craniotomia (abertura do crânio) associada a técnicas microcirúrgicas, endoscopia (minimamente invasiva), estereotaxia (minimamente invasiva).
Hérnia de disco cervical
Consiste no deslocamento do disco intervertebral (disco entre duas vértebras) em direção a estruturas neurais como raízes nervosas, nervos espinhais ou medula espinhal. O disco intervertebral saudável é responsável pela sustentação, mobilidade e absorção de cargas e impacto na coluna vertebral; quando afetado (por desgaste, traumatismo ou infecção), perde suas propriedades e desloca-se, comprimindo elementos neurais. Nestas circunstâncias, o paciente pode sentir dor na região do pescoço (cervicalgia), dor, formigamentos (parestesias) ou perda de força em um ou ambos os membros superiores (mão e braços), dificuldades para caminhar por perda de força e sensibilidade nos membros inferiores (pernas e pés) e por alteração de reflexos profundos (hiperreflexia).
O diagnóstico atualmente é feito através de exames de tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética da coluna cervical.
O tratamento inicial das hérnias discais cervicais consiste em uso de analgésicos, repouso físico de curta duração, fisioterapia. Em casos onde não há resposta ao tratamento inicial, casos onde há compressão medular (mielopatia) e perdas graves de força nos membros, o tratamento cirúrgico está indicado.
A cirurgia para hérnia discal cervical pode ser feita por via anterior (pela frente) ou posterior (por trás do pescoço). São utilizadas técnicas cirúrgicas delicadas, com auxílio de um microscópio cirúrgico, para melhor detalhamento das estruturas próximas e prevenção de danos neurológicos. Em casos selecionados, onde há alterações estruturais das vértebras e possível perda da capacidade de sustentação da coluna, a remoção da hérnia de disco poderá ser acompanhada de técnicas de estabilização (artrodese), com uso de implantes (parafusos, placas, espaçadores somáticos).
Hérnia de disco lombar
Consiste no deslocamento do disco intervertebral (disco entre duas vértebras) em direção a estruturas neurais como raízes nervosas ou nervos espinhais. O disco intervertebral saudável é responsável pela sustentação, mobilidade e absorção de cargas e impacto na coluna vertebral; quando afetado (por desgaste, traumatismo ou infecção), perde suas propriedades e desloca-se, comprimindo elementos neurais. Nestas circunstâncias, o paciente pode sentir dor na região lombar (dor na parte baixa das costas), ciática (dor no trajeto de um ou ambos os nervos ciáticos), dor, formigamentos (parestesias), perda de sensibilidade (dormência), perda de força em um ou ambos os membros inferiores (coxas, pernas e pés), dificuldade para caminhar.
O diagnóstico é feito através da história clínica, do exame físico realizado pelo especialista, e é confirmado atualmente através de tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética de coluna lombar.
O tratamento inicial da hérnia discal lombar consiste em uso de analgésicos, repouso físico de curta duração, e reabilitação com fisioterapia. Nas ocasiões em que o tratamento conservador não funciona, ou em que houver grave deficiência neurológica (perda de movimentos, alterações de reflexos, perda de controle urinário, sexual, fecal), é recomendada a cirurgia.
A cirurgia para hérnia discal lombar pode ser feita por via anterior (pela frente, pelo abdome) ou posterior (por trás, nas costas). São utilizadas técnicas cirúrgicas delicadas, com auxílio de um microscópio cirúrgico, para melhor detalhamento das estruturas próximas e prevenção de danos neurológicos. Em casos selecionados, onde há alterações estruturais das vértebras e possível perda da capacidade de sustentação da coluna, a remoção da hérnia de disco poderá ser acompanhada de técnicas de estabilização (artrodese), com uso de implantes (parafusos, placas, espaçadores somáticos).
Espondilolistese
Trata-se de uma alteração no alinhamento das vértebras, com deslocamento entre elas (especificamente no plano sagital). É considerado um tipo de instabilidade da coluna, porque entende-se que a coluna tem sua capacidade de sustentação reduzida. Pode ocorrer em qualquer ponto da coluna vertebral, principalmente nas regiões lombar e cervical. Podem ter origem congênita, traumática ou degenerativa (pelo desgaste).
Suas principais manifestações são dores no segmento afetado (pescoço ou região das costas), principalmente aos esforços físicos ou movimentos, e podem estar associadas dores nos membros superiores (braços e mãos) e inferiores (coxas, pernas e pés). Menos frequentemente podem ocasionar perdas de sensibilidade ou força dos membros.
O diagnóstico é feito através da história clínica, do exame físico realizado pelo especialista, e confirmado através de radiografia (raio-x) de coluna, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética da coluna.
O tratamento pode ser feito com o uso de analgésicos, repouso físico, uso de colar ou coletes imobilizadores, fisioterapia. Nos casos onde não se obtém controle dos sintomas, onde houver perdas neurológicas significativas e onde a qualidade de vida de paciente estiver seriamente comprometida pelo problema, indica-se a cirurgia. Há várias técnicas cirúrgicas, mas todas elas consistem em melhorar a estabilidade da coluna utilizando-se implantes (parafusos, hastes, espaçadores somáticos) para promover artrodese do segmento afetado.
Espondilose ou canal estreito vertebral
Trata-se da redução das dimensões do canal vertebral, ocasionada por alterações degenerativas (desgaste) ou traumáticas da coluna. O canal vertebral é o espaço natural que abriga a medula espinhal e os nervos espinhais, elementos neurais responsáveis pela transmissão de todas as informações de sensibilidade e controles de movimentos do tronco e dos quatro membros. Quando não há espaço anatômico suficiente para estes elementos, eles entram em disfunção, ocasionando sintomas como dor, perda de sensibilidade, alterações de reflexos, perda ou redução da força e movimentos, tanto nos membros superiores quanto nos membros inferiores.
Pode ocorrer em qualquer ponto da coluna vertebral, e é mais comum em idosos. Quando ocorre na coluna cervical, o quadro clínico corresponde a uma mielopatia cervical compressiva, ou espondilótica. Dor cervical (na região do pescoço), dor nos quatro membros, dificuldades para caminhar, “choques” nos membros superiores, podem ser algumas das manifestações encontradas.
Na coluna lombar, o canal estreito se manifesta frequentemente com dor lombar (na região mais baixa das costas), dor nos membros inferiores, postura inclinada para frente ao caminhar, e claudicação neurogênica (marcha incapacitada pela dor).
O diagnóstico pode ser feito através da histórica clínica, do exame físico realizado pelo médico, e confirmado através de exames de radiografia (raio-x) de coluna vertebral, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética de coluna vertebral.
O canal estreito tem pouca resposta com o tratamento conservador, sendo mais indicadas as cirurgias de descompressão do canal. Muitas vezes as cirurgias de descompressão podem ser acompanhadas de técnicas de estabilização da coluna (artrodese), usando-se próteses (parafusos, hastes, espaçadores somáticos).
Tumor da coluna e medula espinhal
A coluna vertebral, em qualquer segmento (cervical, torácico, lombar, sacral ou coccígeo) pode ser acometida por tumores. São tumores primários (originados das próprias estruturas e tecidos da coluna vertebral), ou secundários (também conhecidos como metástases, oriundos de outros órgãos e tecidos). Podem ser também benignos ou malignos, de acordo com a sua velocidade de crescimento, agressividade, e potencial de disseminação.
O quadro clínico comum é de dor referida na coluna acometida, na região do pescoço (cervical), nas costas (regiões torácica e lombar), com piora aos movimentos e aos esforços (até mesmo esforços de tosse e evacuação). A depender da região acometida e de sua extensão para elementos neurais, podem ocorrer quadros de perda de sensibilidade, formigamentos (parestesias), dormências, perda de movimentos ou força de um determinado segmento do corpo, perda de coordenação, perda de equilíbrio.
O diagnóstico é feito pelo especialista através da história clínica detalhada, com rastreamento de fatores de risco para tumores e câncer, através do exame físico feito pelo especialista, e confirmado com exames (radiografia da coluna vertebral, tomografia computadorizada da coluna vertebral, ressonância magnética de coluna vertebral, cintilografia óssea da coluna, PET scan). O tipo de tumor é diagnosticado mediante biópsia da lesão e análise anatomopatológica.
O tratamento leva em conta o tipo tumoral, o grau de acometimento das estruturas neurais, a extensão da doença, a condição clínica do paciente, a presença de instabilidade vertebral (incapacidade da coluna exercer sua função de sustentação). O trabalho é multidisciplinar, envolvendo o neurocirurgião, o oncologista, o radioterapeuta, os especialistas clínicos nos diversos órgãos que podem estar acometidos.
Espondilodiscite
As estruturas da coluna vertebral, como discos e ossos, em quaisquer de seus segmentos (cervical, torácico, lombar, sacral ou coccígeo), podem ser acometidas por agentes infecciosos. Fala-se em discite quando os discos estão infectados, e espondilodiscite quando os discos e as vértebras adjacentes estão acometidos. Manifestam-se com dor na coluna, localizada, piorada aos esforços, associada a febre; podem ocasionar fraturas das vértebras, com perda de estabilidade segmentar da coluna; e podem ocasionar déficits neurológicos (perdas ou alterações de sensibilidade, perda de força e de movimentos dos membros).
O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais (exames de sangue como hemograma, VHS, proteína C reativa), exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética da coluna vertebral com contraste, cintilografia óssea, PET scan). O diagnóstico do agente infeccioso é feito através de punção ou biópsia da região acometida, com cultura.
O tratamento consiste em administração de antibióticos por uso prolongado, uso de analgésicos, repouso físico, uso de colares ou coletes imobilizadores. Caso haja fraturas e persistam sinais e sintomas de instabilidade da coluna vertebral, faz-se necessária intervenção cirúrgica, normalmente indicada após a completa cura da infecção. São utilizadas próteses (hastes, parafusos) para estabilização dos segmentos afetados na coluna.
Fraturas de coluna vertebral
São frequentemente associadas a traumatismos (acidentes de trânsito, quedas), mas em paciente que tenham osteopenia ou osteoporose podem ocorrer espontaneamente. Causam dor incapacitante, localizada, deformidade (alterações de postura) e a depender da extensão da fratura, podem ocasionar quadros neurológicos (perdas ou alterações de sensibilidade, perda de força ou movimentos dos membros) quando acometem elementos do sistema nervoso (medula, raízes espinhais, nervos espinhais).
O diagnóstico é realizado através de radiografia da coluna, tomografia computadorizada da coluna, ressonância magnética da coluna.
O tratamento consiste em administração de analgésicos, imobilização com repouso, colares e coletes, e nos casos de grave instabilidade estrutural da coluna e presença de quadro neurológico, indica-se a cirurgia.
Para as fraturas agudas, traumáticas, as cirurgias podem envolver uso de próteses (parafusos, hastes, dispositivos intersomáticos, enxertos) com objetivo de promover artrodese (fusão óssea) e estabilização da coluna. Em alguns casos de fraturas osteoporóticas, é passível o tratamento minimamente invasivo com vertebroplastia ou cifoplastia, que consistem na punção da vértebra fraturada para injeção de cimento ósseo.
Cervicalgia ou dor cervical
Há várias estruturas do pescoço que podem ser causa de dor quando lesionadas ou disfuncionais. Músculos, que podem associar-se a torcicolo, ligamentos da coluna cervical rotos ou estirados, discos cervicais herniados (hérnias de disco) ou degenerados, articulações da coluna cervical degeneradas ou inflamadas (artrites), fraturas da coluna cervical. Cabe ao especialista, através de cuidadosa investigação dos sinais, sintomas, exame físico e exames subsidiários (complementares), identificar a causa correta e, por conseguinte, o tratamento mais adequado.
Nas situações em que o tratamento otimizado com analgésicos em doses corretas e com terapia física (fisioterapia) não funcionam, nas condições onde não se identificam as causas ou naquelas em que o tratamento da causa não é possível, podem-se indicar bloqueios cirúrgicos dos pontos de origem da dor, como pontos-gatilhos musculares (pontos miofasciais), articulações da coluna cervical, discos cervicais, nervos cervicais. São empregadas técnicas de infiltração com anestésicos locais ou ablação com radiofrequência, minimamente invasivas, em caráter ambulatorial, proporcionando alívio rápido dos sintomas e retorno breve às atividades diárias.
Lombalgia ou dor lombar
Há várias estruturas da região lombar (região mais inferior das costas) que podem ser causa de dor quando lesionadas ou disfuncionais. Músculos, que podem associar-se a contraturas, ligamentos da coluna lombar rotos ou estirados, discos lombares herniados (hérnias de disco) ou degenerados, articulações da coluna lombar degeneradas ou inflamadas (artrites), fraturas da coluna lombar. Cabe ao especialista, através de cuidadosa investigação dos sinais, sintomas, exame físico e exames complementares, identificar a causa correta e, por conseguinte, o tratamento mais adequado.
Nas situações em que o tratamento otimizado com analgésicos em doses corretas e com terapia física (fisioterapia) não funcionam, nas condições onde não se identificam as causas ou naquelas em que o tratamento da causa não é possível, podem-se indicar bloqueios cirúrgicos dos pontos de origem da dor, como pontos-gatilhos musculares (pontos miofasciais), articulações da coluna cervical, discos lombares, nervos e raízes lombares. São empregadas técnicas de infiltração com anestésicos locais ou ablação com radiofrequência, minimamente invasivas, em caráter ambulatorial, proporcionando alívio rápido dos sintomas e retorno breve às atividades diárias.
Síndrome do túnel do carpo
É uma doença resultante da compressão do nervo mediano em sua passagem por uma região anatômica do punho chamada túnel do carpo. Nos pacientes afetados, essa passagem é estreita, resultando em sofrimento do nervo e sintomas como dor (principalmente noturna), dormência e formigamentos (parestesias) na região da palma da mão, polegar, segundo e terceiro dedos. É comum o indivíduo afetado acordar durante a noite com dor, e obter melhora movimentando a mão ou chacoalhando a mão no ar. Em casos avançados, pode-se observar perda de força, de movimentos e atrofia da mão afetada.
Algumas condições como gravidez, hipotireoidismo, artrite do punho, fraturas do punho, atividades manuais repetitivas (digitação, por exemplo), estão relacionadas à doença. Casos que não respondam ao tratamento com medicações e repouso (uso de talas), ou que tenham envolvimento de funções motoras da mão, precisam de intervenção cirúrgica.
O diagnóstico é confirmado através de exames como eletroneuromiografia dos membros superiores, ressonância magnética de mão e punho, ultrassonografia de mão e punho.
O tratamento cirúrgico consiste num pequeno corte na palma da mão acometida, e abertura de todo o túnel do carpo para descomprimir o nervo mediano. Pode ser feito apenas com anestesia local, exigindo um período breve de repouso da mão operada; nos casos mais avançados, pode ser necessária fisioterapia ou terapia ocupacional complementando o tratamento cirúrgico.
Síndrome do canal de Guyon
É uma doença menos frequente que a síndrome do túnel do carpo, promovendo sintomas de dor, dormência e parestesias (formigamentos) nos dedos anelar e mínimo da mão e, em casos avançados, perda de força dos dedos e atrofia. O quadro é ocasionado pela compressão do nervo ulnar em sua passagem pelo punho. Tal compressão pode ser ocasionada por artrite do punho, fraturas do punho, atividades manuais repetitivas, esforços da mão em atividades como agarrar com força e elevar peso, torcer o punho.
O diagnóstico se faz através de cuidadosa história e exame clínico, e confirmada através de exame de eletroneuromiografia dos membros superiores.
O tratamento inicialmente se faz com uso de analgésicos, repouso físico da mão afetada, imobilização com tala de punho. Nos casos em que não há controle dos sintomas com as medidas anteriores, indica-se a cirurgia.
A cirurgia se faz com uma pequena incisão na palma da mão acometida, abrindo-se o canal de Guyon sob o qual passa o nervo ulnar, sob anestesia local. No pós-operatório, exige-se um breve período de repouso da mão operada, e em alguns casos mais graves, fisioterapia ou terapia ocupacional.
Neuralgia do trigêmeo
A neuralgia do trigêmeo é uma das síndromes dolorosas mais incapacitantes do ser humano. Pode ser primária ou clássica, quando não é identificada uma doença que a provoque, ou secundária quando se identifica uma causa subjacente.
O quadro clássico compreende uma dor aguda, rápida, excruciante, como um “choque, ferroada, agulhada ou forte queimação” em determinada região da face ou parte do couro cabeludo. Às vezes sobrevêm diversas crises semelhantes ao longo do dia, e algumas podem ser provocadas pelo toque em algumas áreas da face ou por atividades como escovar os dentes, fazer a barba, maquiar-se; são denominados gatilhos de dor.
Cabe ao especialista obter os detalhes da história clínica, elaborar a investigação de causas possíveis através de exames complementares, e escolher a forma adequada de tratamento.
A primeira opção de tratamento é utilizando-se medicações, comumente anticonvulsivantes ou antidepressivos. Situações em que não há controle satisfatório da dor, com as doses adequadas das medicações corretas, requerem tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico pode compreender craniotomia (abertura do crânio) para acesso ao nervo trigêmeo e descompressão neurovascular com auxílio de microscópio, ou técnicas menos invasivas, percutâneas, que consistem em punções do gânglio do nervo trigêmeo com agulha e lesão por radiofrequência, compressão com balão ou alcoolização. Cada técnica tem sua indicação específica, seus riscos e benefícios, que devem ser considerados pelo especialista durante a avaliação do paciente.
Neurinoma ou schwannoma
É um tipo de tumor, normalmente benigno, originário das células que envolvem e protegem as fibras nervosas. Qualquer nervo intracraniano ou fora do crânio pode ser acometido, e os mais frequentes são os nervos acústico (ou vestíbulo-coclear) e o trigêmeo. Ele cresce comprimindo o nervo envolvido, promovendo sua disfunção, e comprimindo as estruturas próximas do nervo, o que torna esse tipo de tumor um desafio técnico para o neurocirurgião: retirar o tumor sem comprometer sua função e sem lesionar as estruturas neurais próximas.
O diagnóstico do neurinoma do acústico ou do trigêmeo pode ser feito com exames de neuroimagem como tomografia computadorizada de crânio com contraste e ressonância magnética de crânio com contraste.
O tratamento do neurinoma é principalmente cirúrgico, através de craniotomia (abertura do crânio) com técnicas microcirúrgicas. Em casos de resíduo tumoral, quando não é possível a completa ressecção, ou nos raros casos de malignidade, pode ser necessário o tratamento complementar com radioterapia e/ou quimioterapia.
Os neurinomas fora do crânio também são tratados cirurgicamente, e requerem um planejamento detalhado pelo neurocirurgião. Este planejamento inclui avaliação com ressonância magnética do nervo e segmento do corpo acometidos, avaliação da função do nervo com exame de eletroneuromiografia. Cabe ao especialista tentar preservar o máximo possível da função do nervo operado, utilizando-se técnicas microcirúrgicas, com estimulação intra-operatória do nervo e, quando necessário, uso de enxertos neurais.
Cefaleia
As dores de cabeça – cefaleias – podem ser primárias (sem uma causa ou etiologia definidas) ou secundárias (quando relacionadas a doenças como tumores intracranianos, hidrocefalia, sangramentos intracranianos, aneurismas cerebrais, neuropatias). O tratamento de escolha para as cefaleias primárias é medicamentoso, com uso de diversas classes de analgésicos, devidamente indicados pelo especialista para cada tipo de dor. Nas cefaleias secundárias deve-se, além de tratar a dor, resolver a sua causa sempre que possível.
Nas situações em que não há controle satisfatório da dor com analgésicos em doses satisfatórias, podem ser indicados bloqueios cirúrgicos de nervos da cabeça (nervos occipitais, nervo aurículo-temporal, nervo supraorbitário, nervo supratroclear), realizados com soluções anestésicas, ablação por radiofrequência, ou aplicação de toxina botulínica. O médico avalia os pontos e nervos a serem tratados, e o procedimento é feito rapidamente, em caráter ambulatorial, com alívio imediato dos sintomas e retorno breve às atividades diárias.
Neuralgia do trigêmeo
A neuralgia do trigêmeo é uma das síndromes dolorosas mais incapacitantes do ser humano. Pode ser primária ou clássica, quando não é identificada uma doença que a provoque, ou secundária quando se identifica uma causa subjacente.
O quadro clássico compreende uma dor aguda, rápida, excruciante, como um “choque, ferroada, agulhada ou forte queimação” em determinada região da face ou parte do couro cabeludo. Às vezes sobrevêm diversas crises semelhantes ao longo do dia, e algumas podem ser provocadas pelo toque em algumas áreas da face ou por atividades como escovar os dentes, fazer a barba, maquiar-se; são denominados gatilhos de dor.
Cabe ao especialista obter os detalhes da história clínica, elaborar a investigação de causas possíveis através de exames complementares, e escolher a forma adequada de tratamento.
A primeira opção de tratamento é utilizando-se medicações, comumente anticonvulsivantes ou antidepressivos. Situações em que não há controle satisfatório da dor, com as doses adequadas das medicações corretas, requerem tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico pode compreender craniotomia (abertura do crânio) para acesso ao nervo trigêmeo e descompressão neurovascular com auxílio de microscópio, ou técnicas menos invasivas, percutâneas, que consistem em punções do gânglio do nervo trigêmeo com agulha e lesão por radiofrequência, compressão com balão ou alcoolização. Cada técnica tem sua indicação específica, seus riscos e benefícios, que devem ser considerados pelo especialista durante a avaliação do paciente.
Cervicalgia ou dor cervical
Há várias estruturas do pescoço que podem ser causa de dor quando lesionadas ou disfuncionais. Músculos, que podem associar-se a torcicolo, ligamentos da coluna cervical rotos ou estirados, discos cervicais herniados (hérnias de disco) ou degenerados, articulações da coluna cervical degeneradas ou inflamadas (artrites), fraturas da coluna cervical. Cabe ao especialista, através de cuidadosa investigação dos sinais, sintomas, exame físico e exames subsidiários (complementares), identificar a causa correta e, por conseguinte, o tratamento mais adequado.
Nas situações em que o tratamento otimizado com analgésicos em doses corretas e com terapia física (fisioterapia) não funcionam, nas condições onde não se identificam as causas ou naquelas em que o tratamento da causa não é possível, podem-se indicar bloqueios cirúrgicos dos pontos de origem da dor, como pontos-gatilhos musculares (pontos miofasciais), articulações da coluna cervical, discos cervicais, nervos cervicais. São empregadas técnicas de infiltração com anestésicos locais ou ablação com radiofrequência, minimamente invasivas, em caráter ambulatorial, proporcionando alívio rápido dos sintomas e retorno breve às atividades diárias.
Lombalgia ou dor lombar
Há várias estruturas da região lombar (região mais inferior das costas) que podem ser causa de dor quando lesionadas ou disfuncionais. Músculos, que podem associar-se a contraturas, ligamentos da coluna lombar rotos ou estirados, discos lombares herniados (hérnias de disco) ou degenerados, articulações da coluna lombar degeneradas ou inflamadas (artrites), fraturas da coluna lombar. Cabe ao especialista, através de cuidadosa investigação dos sinais, sintomas, exame físico e exames complementares, identificar a causa correta e, por conseguinte, o tratamento mais adequado.
Nas situações em que o tratamento otimizado com analgésicos em doses corretas e com terapia física (fisioterapia) não funcionam, nas condições onde não se identificam as causas ou naquelas em que o tratamento da causa não é possível, podem-se indicar bloqueios cirúrgicos dos pontos de origem da dor, como pontos-gatilhos musculares (pontos miofasciais), articulações da coluna cervical, discos lombares, nervos e raízes lombares. São empregadas técnicas de infiltração com anestésicos locais ou ablação com radiofrequência, minimamente invasivas, em caráter ambulatorial, proporcionando alívio rápido dos sintomas e retorno breve às atividades diárias.
Dor sacroilíaca
A articulação entre o osso sacro (porção mais inferior da coluna vertebral) e os ossos ilíacos (da bacia) pode ser alvo de inúmeras afecções que levam à sua inflamação (sacroileíte) ou seu desgaste (degeneração), gerando desconforto local, dor na projeção posterior dos quadris, dor nas nádegas, dor lombar e até dor irradiada para as coxas e pernas.
A disfunção sacroilíaca é avaliada pelo especialista através de sinais e sintomas compatíveis, exame físico com manobras provocativas, e avaliação com exames complementares, como tomografia computadorizada e ressonância magnética das articulações sacroilíacas.
O tratamento se faz com analgésicos, fisioterapia com manobras de manipulação, fisioterapia com técnicas analgésicas. Casos que não respondam ao tratamento conservador, têm indicação de bloqueios cirúrgicos, como infiltração das articulações, ou denervação das articulações por ablação com radiofrequência.
Dor crônica e dor oncológica
Os quadros de dor crônica e dor oncológica (associada à presença de tumor ou câncer) são os mais desafiadores para o médico, porque envolvem diversas especialidades (neurocirurgião, neurologista, psiquiatra, psicólogo, fisiatra, fisioterapeuta, oncologista), necessitam de avaliação clínica detalhada, diversos exames complementares, e exigem tratamento individualizado. Cada paciente é único em sua condição dolorosa, com as mais diversas repercussões psíquicas, sociais, financeiras da dor e da doença.
A neurocirurgia pode oferecer diversos tratamentos paliativos de dor, associados aos tratamentos com analgésicos e terapia física nestas condições. Fazem parte das possibilidades cirúrgicas: bombas de infusão intrarraquidiana de morfina (bombas de morfina), implante de eletrodos epidurais com estimulação medular, implante de eletrodos intracranianos com estimulação cerebral, lesões (ablações) de áreas de condução e processamento da dor na medula e no cérebro.
Confira algumas animações ilustrativas sobre casos de algumas das doenças da especialidade Neurocirurgia.