Tumor Cerebral

Você já ouviu falar em tumor cerebral?
Esses tumores podem ser lesões primárias, que se originam das próprias células do encéfalo, ou secundárias, que se originam de outros órgãos.
Os sinais e sintomas dos tumores encefálicos podem ocorrer progressivamente e piorar ao longo do tempo, ou podem se instalar subitamente, como uma convulsão. Em algumas situações são silenciosos, e descobertos casualmente através de exames de imagem feitos por outros motivos.

 

Principais Sintomas

Você sabe qual é o sintoma mais comum de um tumor cerebral?
A dor de cabeça (cefaleia) é o sintoma mais comum relatado pelos pacientes com diagnóstico de tumor cerebral, presente em 32 a 71% deles (quando já vêm ao especialista com o diagnóstico ou suspeita).

Eles podem causar aumento da pressão intracraniana, levando a sintomas como:
– Dor de cabeça (cefaleia);
– Náuseas;
– Vômitos;
– Visão turva;
– Problemas de equilíbrio;
– Alterações de personalidade ou comportamento;
– Convulsões (epilepsia);
– Sonolência.
Você sabe qual a probabilidade da sua dor de cabeça (cefaleia) ser causada por um tumor cerebral?
Somente 0,15% das pessoas na população geral com cefaleia têm a probabilidade de terem um tumor cerebral.
A dor de cabeça causada por um tumor cerebral é diferente dos demais tipos de cefaleia?
A cefaleia causada pelo tumor é inespecífica, na maioria das vezes nada diferente de uma dor de cabeça comum.
O médico deve procurar sinais que possam apontar para a possível associação com um tumor cerebral: achados anormais no exame neurológico, cefaleia iniciada após os 50 anos de idade, história pessoal de câncer, mudança de padrão de uma dor de cabeça antiga, dor de cabeça progressiva, dor de cabeça associada a esforços físicos.

 

Você já ouviu falar em Avaliação Neuropsicológica e Tumores do Sistema Nervoso?

A avaliação neuropsicológica é uma ferramenta muito importante no manejo do paciente com tumor cerebral.
Ela consiste de entrevista e testes padronizados, aplicados por um psicólogo especializado, que avaliam o desempenho do paciente nas seguintes habilidades cognitivas:
– Atenção, memória e aprendizagem;
– Planejamento e organização (funções executivas);
– Habilidades perceptivas e motoras;
– Habilidades visuo-espaciais;
– Habilidades acadêmicas;
– Resolução de problemas;
– Capacidade de raciocínio e julgamento;
– Linguagem;
– Humor e comportamento.
Essa avaliação serve para medir o grau de comprometimento cognitivo do paciente com tumor cerebral na ocasião do diagnóstico, os efeitos do tratamento (cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia), e orientar o tratamento mais adequado quando uma ou mais disfunções forem detectadas pelo profissional.

 

Você sabe quais são os exames mais utilizados para o diagnóstico de um tumor intracraniano?

São os exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética (ambos normalmente utilizando meio de contraste).
Ambos têm diversas técnicas (uso de radiofármacos, sequências diferentes de ressonância, espectroscopia, tratografia, angiografia) que permitem melhorar o diagnóstico e eventualmente se aproximar do tipo histológico e grau de malignidade do tumor.
Também são úteis no planejamento do tratamento (cirurgia, radioterapia e quimioterapia), avaliação do resultado dos tratamentos e seguimento a curto e longo prazos dos pacientes.
Normalmente são métodos seguros, pouco invasivos e com poucas contraindicações, que devem ser ponderadas para cada paciente.

 

Tumores do Sistema Nervoso e Biópsia

Há mais de uma centena de tipos de tumores do sistema nervoso central segundo a última classificação da Organização Mundial da Saúde, publicada em 2021.
Apesar dos métodos diagnósticos de imagem cada vez mais sofisticados, todos eles só conseguem se aproximar do diagnóstico preciso.
A biópsia do tumor cerebral é o único método de diagnóstico definitivo para tais lesões, porque permite avaliar o tipo histológico, a caracterização genética-molecular, e o grau de malignidade.
Todas as informações obtidas pela biópsia permitem estabelecer o tratamento adequado e o correto prognóstico do paciente.
A biópsia de um tumor do sistema nervoso pode ser feita por agulha (retirada de uma pequena amostra guiada por ultrassom, neuronavegação ou estereotaxia), ou por craniotomia (no momento de uma cirurgia de retirada parcial ou completa da lesão).

 

Você sabe o que são metástases cerebrais?

São tumores encontrados no encéfalo, isolados ou múltiplos, que se originam de outros órgãos e tecidos (fora do sistema nervoso central) e são sempre de caráter maligno.
Causam edema cerebral, hemorragia, hipertensão intracraniana e, a depender do tamanho e dos locais onde se implantam, geram cefaleia, náuseas, vômitos, convulsões e deficiências neurológicas.
Os tumores mais comuns, em adultos, que dão origem a metástases são o câncer de pulmão, mama, rim, trato digestório, e o melanoma.
O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia ou radio cirurgia, e quimioterapia, envolvendo sempre uma equipe multidisciplinar com neurocirurgião, oncologista e radio terapeuta.

 

Você sabe quando é indicada radioterapia e quimioterapia para um tumor intracraniano?

É comum, após uma biópsia ou cirurgia de tumor “cerebral” /intracraniano, a equipe médica complementar o tratamento com radioterapia e/ou quimioterapia:
1- Quando o tumor é maligno (primário ou metástase);
2- Quando o tumor é benigno, mas tem o potencial de progredir (tornar-se maligno) a médio ou longo prazo;
3- Quando os tumores acima descritos são inoperáveis ou só foi possível fazer uma biópsia;
4- Quando a retirada dos tumores acima foi parcial (não foi possível remover tudo).

 

Uma pergunta muito frequente é: quando se deve operar um tumor cerebral?

Virtualmente, todo tumor intracraniano pode ser operado e removido, já que atualmente contamos com técnicas cirúrgicas avançadas e sofisticadas. O objetivo do cirurgião é sempre retirar o máximo possível ou toda a lesão.
Todo tumor cresce e compromete progressivamente funções neurológicas, e a cirurgia indicada e executada corretamente pode evitar este dano neurológico.
Entretanto, algumas situações levam o neurocirurgião a adiar ou mesmo contraindicar uma cirurgia:
1- Pacientes em condições clínicas ruins, com saúde extremamente frágil;
2- Pacientes com distúrbios de coagulação;
3- Tumores em localização de difícil acesso cirúrgico;
4- Tumores em regiões do “cérebro” (encéfalo) críticas para funções neurológicas importantes ou vitais;
5- Tumores difusos, muito extensos, infiltrativos, comprometendo diversas áreas do encéfalo ao mesmo tempo ou áreas de conexão entre elas;
6- Tumores muito pequenos, de caráter benigno e crescimento muito lento, que não levam a comprometimento neurológico e a cirurgia pode causar mais problemas que a própria doença.
Quando há necessidade de um diagnóstico preciso da lesão e uma cirurgia de remoção não pode ser feita, há a opção de uma biópsia com técnica menos invasiva.